domingo, 21 de fevereiro de 2016

Já cansei.

Já cansei de compromissos
de pessoas falsas
e seus falsos sorrisos.

Já cansei da exclusão
da solidão
de ser sozinho.

Já cansei de andar e andar
sem ter certeza 
do meu caminho.

Já cansei do ostracismo do dia
das longas noites
e de promessas vazias.

Já cansei  desse
jogo desse mundo oco
de ser bobo.

Já cansei das dores
de me entregar a amores 
de ter, ver, de amar.

Já cansei de mim
e provavelmente 
de você.

Mas tudo isso muda e 
a vida continua
enquanto não
nos cansarmos 
de viver.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

O Menino e o homem.



Conversei com meu peito
enquanto as lagrimas
iam rolando e a dor sumindo

Olhei bem fundo dentro de mim
e acanhado, machucado vi um menino
sujo,magro,maltrapilho

Estava em um canto escuro, empoeirado
sozinho, nesses cantos onde o mofo
cresce no cimento,ha lugares tão tristes
como estes em nossas almas
a eles damos o nome de esquecimento

Parei, contemplando aquela figura
magra, triste e desamparada,seu rosto
ossudo me evitava eu procurava os seus
olhos e para baixo ele olhava.

Perguntei com tom firme,
de quem a situação controlava
"Diga-me menino quem és,
não se demore e tome a sua fala"

O menino secou seu rosto que
ainda permaneceu úmido pelas lágrimas,
seu gesto era lento sem firmeza,
fazia movimentos circulares, leves
quase como se não quisesse fazer

Olhou em meus olhos e e soluçando disse
"Seu moço,olhando-me assim é difícil me reconhecer,
já fui forte e sorridente, corri por entre as casas, peguei fruta no pé
e com linha arranquei um dente, já corri e pulei por entre o mato,já furei
o pé em tanto espinho que uma peneira teria menos buraco, já brinquei de pião,
bola de gude e queimado, já fiz cartinha de amor amei e fui amado, já ri de coisas tão bobas quanto um tênis furado, já confiei em todo mundo, já fui enganado,já machuquei um coração e o meu por vezes machucado, já perdoei muito e sei que por vezes fui perdoado mas agora pobre sou eu seu moço, fui largado a própria sorte, aqui onde todo riso morre, sem esperanças no peito e sobre a cabeça essa cruel sentença de morte. Olhe para dentro faça rápido e então diga-me veloz,há ou não seu moço um menino morrendo dentro de cada um de nós?".