Sociedade hipócrita,
a marcha passa,
toca a obra.
Esboço de um tolo,
dinheiro no bolso,
esforço.
O que me importa o que vejo?
se em nome da honra calo meu desejo.
porque me importar com a forma de governo?
Segue no ritmo da inchada
ignoro o povo,
outro traço de massa.
Não me importo com coxinhas,
não me preocupo com canalhas,
vem do tempo da escravidão
quando ardia o suor ao estalo da chibata,
veio então a republica,
de tanta suplica minha oração foi escutada,
agora livre só sei servir e não possuo nada.
Limparam a cidade seu moço
e pro morro foi essa gente ficar amontoada
feito bicho em gaiola,
feito sardinha em lata.
Ai vem a democracia, no fundo sabia
que era um nome pra nada
melhorou a vida dos ricos e
livrou-me da chibata,
mais ainda são eu e meus filhos a pegarem na inchada.
Republica nova, cruzeiro,cruzado
Real, o que há de real
nessa trupe burguesa
nessa dança das cadeiras desse jantar desleal?
Seja no passado, presente ou futuro sou eu e os meus
que continuaremos dando duro,
exorcizando o ilícito
amaldiçoando o corrupto
em nome dos bons
em nome dos justos.